2 – LIBERDADE
Compro sempre cravos vermelhos nestes dias de Abril naquele ano levei o meu sobrinho então com 7 anos:
- Tia, não vinhas às rosas?
- Hoje não, levo cravos vermelhos!
- Tantos? E para quê?
- Porque simbolizam a Liberdade!
- Liberdade? Por causa de ser Abril?
- Também, respondi.
- Mas o que tem o cu a ver com as calças?
- Agora não te sei responder, mas mais logo respondo!
Então, que raio de volta é que eu dei à minha cabeça, para explicar a um puto espevitado a Revolução de Abril? Só faltou perguntar-me onde é que eu estava no 25 de Abril de 1974! Ali mesmo em frente à Florista!
Na altura ocorreu-me uma composição, mais ou menos assim:
“A Liberdade nem sempre existiu neste País, tal como noutras partes do mundo… Vivíamos uma ditadura do regime imposto por Salazar em que as pessoas tinham que fazer tudo o que ele mandava e não deixava que as pessoas falassem e agissem livremente como agora. Mas, no dia 25 de Abril de 1974, os militares saíram para a rua e sem haver lugar ao vermelho do sangue nas ruas porque não fizeram guerra de atirar contra ninguém, os soldados colocaram cravos nos canos das espingardas em sinal de Paz, e sorriram para as pessoas todas abraçaram-se e cantaram todos juntos as músicas que não passavam nas rádios, prenderam os maus e juntaram-se todos para fazer um País melhor! À volta de uma coisa chamada Democracia, Por isso, comemora-se o 25 de Abril com os cravos vermelhos que quer dizer VIVA A LIBERDADE!”
Compro sempre cravos vermelhos nestes dias de Abril naquele ano levei o meu sobrinho então com 7 anos:
- Tia, não vinhas às rosas?
- Hoje não, levo cravos vermelhos!
- Tantos? E para quê?
- Porque simbolizam a Liberdade!
- Liberdade? Por causa de ser Abril?
- Também, respondi.
- Mas o que tem o cu a ver com as calças?
- Agora não te sei responder, mas mais logo respondo!
Então, que raio de volta é que eu dei à minha cabeça, para explicar a um puto espevitado a Revolução de Abril? Só faltou perguntar-me onde é que eu estava no 25 de Abril de 1974! Ali mesmo em frente à Florista!
Na altura ocorreu-me uma composição, mais ou menos assim:
“A Liberdade nem sempre existiu neste País, tal como noutras partes do mundo… Vivíamos uma ditadura do regime imposto por Salazar em que as pessoas tinham que fazer tudo o que ele mandava e não deixava que as pessoas falassem e agissem livremente como agora. Mas, no dia 25 de Abril de 1974, os militares saíram para a rua e sem haver lugar ao vermelho do sangue nas ruas porque não fizeram guerra de atirar contra ninguém, os soldados colocaram cravos nos canos das espingardas em sinal de Paz, e sorriram para as pessoas todas abraçaram-se e cantaram todos juntos as músicas que não passavam nas rádios, prenderam os maus e juntaram-se todos para fazer um País melhor! À volta de uma coisa chamada Democracia, Por isso, comemora-se o 25 de Abril com os cravos vermelhos que quer dizer VIVA A LIBERDADE!”
Não ligou nenhuma, não percebeu nada! E achou que nem era assunto que lhe interessasse porque não lhe suscitou mais nenhuma pergunta! E eu dei por mim a relatar-lhe na íntegra o que foi para mim aquele dia com 4 ou 5 anos de idade!!!
Hoje se calhar se lhe explicasse da mesma forma, o resultado seria o mesmo…
Mas, não posso condenar uma criança por isso, então mas tirando os discursos de circunstância com os cravos na lapela, com aqueles brocados de medalhas, o 25 de Abril é comemorado de forma a que volte a significar alguma coisa? Para que as crianças possam ao menos perceber que aquele caminho não deverá ter retorno? Não, as comemorações servem para uns tirarem as fardas da naftalina e outras para aparecerem nos órgãos de comunicação social, e a grande parte fazem-no quase por frete! Nas escolas, os programas educativos afloram superficialmente o assunto…
Hoje se calhar se lhe explicasse da mesma forma, o resultado seria o mesmo…
Mas, não posso condenar uma criança por isso, então mas tirando os discursos de circunstância com os cravos na lapela, com aqueles brocados de medalhas, o 25 de Abril é comemorado de forma a que volte a significar alguma coisa? Para que as crianças possam ao menos perceber que aquele caminho não deverá ter retorno? Não, as comemorações servem para uns tirarem as fardas da naftalina e outras para aparecerem nos órgãos de comunicação social, e a grande parte fazem-no quase por frete! Nas escolas, os programas educativos afloram superficialmente o assunto…
Como diz Paulo Aido” Temos um vinte cinco de Abril para fazer. O nosso”. Eu vou tentar fazer a minha parte, vou explicar HOJE ao meu sobrinho que a cabeça dele terá que caminhar noutro sentido com maior responsabilidade, com inteligência aprendendo com os erros do passado, impondo trabalho e competência e que nada nos é dado de mão beijada! Também que ele hoje é livre de decidir, e ao fazê-lo tenha em conta que o que será bom para ele terá que ser para todos! È por aqui que provavelmente já deveria ter começado há 2 anos quando ele me perguntou. Mas também sou Livre de errar e Livre de agir, por isso ainda vou a tempo de começar a fazer o nosso 25 de Abril por aí! Pelo menos quero acreditar que sim.
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