Numa altura de crise económica e social que Portugal atravessa, nós portugueses que contrariamente aos nossos irmãos brasileiros nunca tivemos a nossa auto-estima num patamar muito elevado, projectamos no futebol e neste caso em concreto na selecção nacional, o orgulho pelos feitos desta nos campeonatos da europa e do mundo!
Pois bem, isto não teria grande impacto se a selecção portuguesa nos tivesses já habituado a grandes vitórias, o que tirando algumas conquistadas em 2004 que nos levou à final, a nossa selecção nunca ganhou nada! Rigorosamente nada!
E estranhamente a atitude dos portugueses tem sido de se mobilizar com bandeiras nacionais nas ruas e nas janelas e sempre otimistas!
È pena digo eu, que esta atitude se circunscreva só ao futebol e não à própria vida do dia a dia tentando ultrapassar os obstáculos e contrariando as dificuldades…
Agora quer a selecção nacional perca ou ganhe, isso não modifica a minha forma de pensar, claro que fico contente com as vitórias se vieram, mas encaro a vida numa de chutar a bola para a frente consciente que não sei jogar futebol, e não deixo de ter orgulho por ser portuguesa! E de levantar a cabeça nas adversidades! “…O que não nos mata fortalece-nos!” E a nossa selecção nacional de futebol já teve muitas derrotas… e hoje se for mais uma vez o caso, que faça parte de um processo de aprendizagem para que cada um dos intervenientes reveja a sua postura e pondere uma abordagem diferente na próxima vez!
Pois, este artigo da minha Amiga Madalena é um pouco a pedrada no charco social a que chegámos. Direi porquê. Perto de mim tenho dois exemplos interessantes, de sinais opostos na vida mas convergentes na bolistica: um português que, todos os dias, se queixa das dificuldades de uma empresa e dos maus trabalhadores (mas ostenta boas bombas automobilísticas certamente pagas pela firma, lá tem a bandeira nacional, bem alta. Outro português, desempregado, ao qual muitos negam a sua colaboração, cinco portas mais abaixo, em vez de uma bandeira negra exibe outra bandeira nacional, um pouco maior que primeiro. Dizia-me, o segundo, há dias, que o "Ronaldo pediu para todos ajudarmos a selecção" e ele, pouco preocupado com os milhões que o pedinte ganha sem pagar por cá impostos, respondeu ao pedido. Grande povo este.
ResponderEliminarÈ mesmo caso para dizer isso mesmo: "Grande povo este."
EliminarDestes dois exemplos que deu, lembrei-me de um famoso irlandês que há uns tempos, falou da personalidade do povo americano comparativamente aos seus conterrãneos: "Se um americano vir que tens uma bela mansão, vai tentar fazer com todo o seu empenho uma igual ou melhor para ele, enquanto o irlandês, amaldiçoa o dono do palacete!" Por isso, é que talvez a Irlanda esteja tão fraquinha em termos económicos na Europa, e nós? Bom, isso ficará para outra vez.