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terça-feira, 30 de agosto de 2011

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

domingo, 14 de agosto de 2011

Os 3 I's da Justiça em Portugal!



Ontem ao folhear o Expresso deparo-me com um artgo de opinião que poder-se-ia chamar "PIURSO" ou "Revolta dos Incautos", ou outra coisa qualquer sobre o caso da rapariga italiana sequestrada, violentada e abusada em Lisboa na passada semana. AQUI



Convido à reflexão de quem quiser, por um lado pôr-se no lugar da moça e pensarem realmente que de facto quem teve provavelmente a um passo de ficar em prisão preventva foi ELA!!!!! Talvez por assédio! E deu-me ideia que estaria provavelmente num País em que se pensa que as mulheres deviam todas andar de Burka caso contrário: "...estarão a pedi-las..."!!!!!


E por outro, colocarmo-nos na pele do Juíz ou no Delegado do Ministério Público, que depois de receber o relatório do Instituto de medicina legal, onde se vislumbra a natureza das lesões em consequência das agressões... E em face da gravidade dos actos e não recomenda a prisão preventiva do agressor, dà-me vontade de emigrar......mas para a Estratosfera!



Constatei ainda o que já se sabia que de facto, o grave problema em Portugal para além de outros igualmente graves é a Justiça.



Apelar ao investimento? Que empresas conseguiremos nós captar para este País com uma máquina judicial que ao actuar em casos de manifesta simplicidade na avaliação revela sinais de inoperância, ineficácia e indolência?




quarta-feira, 10 de agosto de 2011

PIURSA!!!!



Leia AQUI um caso de um Homem que quando vê fardas de polícias não consegue parar de dizer asneiras!!!






Por acaso até penso que poderei sofrer de uma patologia semelhante, é que não consigo parar de dizer asneiras quando vejo um juíz a soltar o sequestrador, violador e agressor de uma jovem italiana!!!


Também pode ler AQUI, o estado a que chegámos, e sendo este um Estado de direito com um quadro jurídico deste calíbre, vamos longe, vamos...



Só tenho esperança que a Sra. Ministra Paula Teixeira da Cruz, "olhe" para este estado da justiça e faça por favor, alguma coisa!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Ainda...Miguel Esteves Cardoso



"Tanta gente me pergunta por que é que eu estou sempre bem disposto que me decidi a responder. O segredo é que eu também estou sempre mal disposto.


Faço é por não estar.



Fazer é um verbo adorável da nossa língua. Já repararam como as pessoas nos fazem antes de nos conhecerem, como nos inventam e imaginam e depois dizem “Não o fazia tão alto...” “Fazia-o mais velho...”? Apetece perguntar “Que mal fiz a V. Exc.ª para me fazer mais velho ainda? (...)


E como é que eu faço por estar bem disposto, encontrando-me na verdade tão triste e miserável como vocês todos? Há várias técnicas. A mais importante é a técnica do proporcionamento. Consiste em atribuir a um dado problema pessoal a proporção que tem no mundo. Há tanta gente a sofrer de verdade, a morrer, de fome, de doenças, que o nosso sofrimento, quando é publicamente exibido, é pequenino e obscuro."



Miguel Esteves Cardoso


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Os Lambe-Cus

"Noto com desagrado que se tem desenvolvido muito em Portugal uma modalidade desportiva que julgara ter caído em desuso depois da revolução
de Abril.

Situa-se na área da ginástica corporal e envolve complexos exercícios contorcionistas em que cada jogador procura, por todos os meios ao seu alcance, correr e prostrar-se de forma a lamber o cu de um jogador mais poderoso do que ele.
Este cu pode ser o cu de um superior hierárquico, de um ministro, de um agente da polícia ou de um artista. O objectivo do jogo é identificá-los, lambê-los e recolher os respectivos prémios. Os prémios podem ser em dinheiro, em promoção profissional ou em permuta. À medida que vai lambendo os cus, vai ascendendo ou descendendo na hierarquia. Antes do 25 de Abril esta modalidade era mais rudimentar. Era praticada por amadores, muitos em idade escolar, e conhecida prosaicamente como «engraxanço». Os chefes de repartição engraxavam os chefes de serviço, os alunos engraxavam os professores, os jornalistas engraxavam os ministros, as donas de casa engraxavam os médicos da caixa, etc... Mesmo assim, eram raros os portugueses com feitio para passar graxa. Havia poucos engraxadores. Diga-se porém, em abono da verdade, que os poucos que havia engraxavam imenso.


Nesse tempo, «engraxar» era uma actividade socialmente menosprezada. O menino que engraxasse a professora tinha de enfrentar depois o escárnio da turma. O colunista que tecesse um grande elogio ao Presidente do Conselho era ostracizado pelos colegas. Ninguém gostava de um engraxador.

Hoje tudo isso mudou. O engraxanço evoluiu ao ponto de tornar-se irreconhecível. Foi-se subindo na escala de subserviência, dos sapatos até ao cu. O engraxador foi promovido a lambe-botas e o lambe-botas a lambe-cu.


Não é preciso realçar a diferença, em termos de subordinação hierárquica e flexibilidade de movimentos, entre engraxar uns sapatos e lamber um cu. Para fazer face à crescente popularidade do desporto, importaram-se dos Estados Unidos, campeão do mundo na modalidade, as regras e os estatutos da American Federation of Ass-licking and Brown-nosing.

Os praticantes portugueses puderam assim esquecer os tempos amadores do engraxanço e aperfeiçoarem-se no desenvolvimento profissional do Culambismo.

(...) Tudo isto teria graça se os culambistas portugueses fossem tão mal tratados e sucedidos como os engraxadores de outrora. O pior é que a nossa sociedade não só aceita o culambismo como forma prática de subir na vida, como começa a exigi-lo como habilitação profissional. O culambismo compensa. Sobreviver sem um mínimo de conhecimentos de culambismo é hoje tão difícil como vencer na vida sem saber falar inglês."

Miguel Esteves Cardoso, in "Último Volume"